22 de fevereiro de 2013

NTERNAÇÃO COMPULSÓRIA


Uma jovem de 21 anos, viciada em crack desde os 15 anos, foi internada de forma compulsória na noite de terça-feira (19) no Serviço de Saúde Doutor Cândido Ferreira, em Campinas (SP), após sentença do juiz Wagner Roby Gídaro, da 2ª Vara da Fazenda Pública. O pedido da internação foi feito pela mãe da paciente. "Tive que pedir porque os hospitais sempre alegam que não há vagas", afirmou a vendedora Maria Aparecida Neris.
Ela foi encontrada na noite de terça-feira na região do Terminal Central, ponto conhecido de usuários de crack na cidade. "Ela estava na calçada, suja, vestida com roupas não adequadas. É muito sofrimento. Estou acabada", descreve a vendedora. A apreensão foi feita com ajuda da Guarda Municipal.
O defensor afirma que muitas vezes a jovem estava doente ou ferida quando retornava para a casa da mãe após dias nas ruas.  “Quando voltava, estava muitas vezes ferida, ou com alguma doença. Ela chegou a ser internada por pneumonia grave por má alimentação e agressão ao organismo, sendo que a obtenção da internação compulsória começou a se tornar cada vez mais imperiosa, pois a vida da jovem estava sendo constantemente ameaçada”, relata o advogado.“O estado de saúde da jovem foi se deteriorando dia após dia, desde os 15 anos, sendo que fugia de casa por muito tempo, ocasionando muito desespero à sua mãe ao longo dos anos”, explica o advogado que representa a mãe, Ricardo de Lemos Rachman.
A psiquiatra do Apoio Técnico da Diretoria de Saúde de Campinas Sara Maria Teixeira Sgobin lembra que a jovem já vinha sendo procurada pelo serviço municipal, pois faltava com frequência ao tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (Caps).
Segundo a médica, não é a primeira vez que um dependente químico é internado após determinação da Justiça na cidade. “Ela estava desaparecida e nestes casos fazemos várias buscas ativas. Não somos contra a internação compulsória, mas esse não é o único recurso”, atesta a psiquiatra.
Sara ressalta que a Saúde não é única área que deve atuar em relação à epidemia de crack. A rede de assistência social e a segurança pública também devem ser acionadas, na opinião da especialista.
Em relação à jovem internada, ela receberá atendimento médico, psicológico e dos terapeutas ocupacionais, além dos profissionais que participavam do tratamento dela no Caps.

Ela só poderá deixar o Cândido Ferreira após um diagnóstico médico atestar e a Justiça concordar com a avaliação dos médicos do hospital.

Leitos
A rede municipal de saúde em Campinas disponibiliza 96 leitos para internação de dependentes químicos. São 56 nos Caps, 20 no Complexo do Hospital Ouro Verde e 20 no Serviço Cândido Ferreira. 

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