8 de março de 2013

POSTOS DE SAÚDE DOS SUS SEM EXAMES


A saída de funcionários do Hospital Cândido Ferreira, em Campinas (SP), que faziam parte do convênio com a Prefeitura Municipal de Campinas (SP) para atuar na rede pública de saúde e serão demitidos por irregularidades encontradas pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), fez com que os centros e postos de saúde da cidade suspendessem a coleta de exames de rotina, aqueles que não são de urgência e emergência.
Desde segunda-feira (4), as unidades de saúde não estão realizando os procedimentos para não sobrecarregar os funcionários do laboratório municipal, que fica no Hospital Municipal Ouro Verde. No posto de saúde do Boa Vista, por exemplo, uma auxiliar de enfermagem afirmou por telefone ao G1 que a coleta é feita no local e levada para o laboratório municipal, onde 16 funcionários serão substituídos até o dia 13 deste mês. Ao todo, 78 técnicos atuam na análise dos 300 mil exames realizados por mês pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O secretário municipal de Saúde, Cármino Souza, alega que essa determinação não partiu da Prefeitura e que vai abrir uma sindicância interna para apurar quem tomou essa decisão sem autorização da administração municipal. Até sexta-feira (8), o secretário afirmou que dez profissionais devem substituir os funcionários contratados pelo convênio irregular e outros seis na próxima semana.Em outros postos de saúde nos Jardins Fernanda e Esmeraldina, funcionários também relataram que não estão realizando a coleta. Segundo a Secretaria de Saúde, os procedimentos que envolvem gestantes, suspeita de dengue ou então algum caso que o próprio médico avalia ser de urgência continuam sendo feitos.
Transição
A transição de funcionários do Cândido Ferreira está sendo feita por meio de uma seleção para 200 vagas de médicos temporários, que poderão se candidatar em quatro especialidades: clínica geral, ginecologia e obstetrícia, pediatria e psiquatria. A previsão é de que os funcionários contratados no convênio irregular sejam demitidos até o dia 13 de março e os novos médicos atuem na rede a partir do dia 15.

Prédio do Cândido Ferreira em Campinas (Foto: Divulgação/ Cândido Ferreira)
Prédio do Serviço de Saúde Cândido Ferreira, em
Campinas (Foto: Divulgação/ Cândido Ferreira)
O contrato tem validade de um ano e pode ser renovado por igual período. A remuneração pode chegar a R$ 9,6 mil, dependendo da carga horária e do local de trabalho. Os profissionais terão auxílio alimentação de R$ 528 para carga igual ou superior a 30 horas semanais, enquanto que o prêmio de produtividade varia de R$ 330 a R$ 3,9 mil.
Os candidatos classificados devem ser convocados na quinta-feira (7), por meio do Diário Oficial, para uma renião sobre o preenchimento de vagas na sexta-feira.
Saúde mental
A administração municipal mantém dois convênios com o Serviço de Saúde Cândido Ferreira: um para tratar da saúde mental, com cerca de 700 funcionários, e outro para o Programa de Saúde da Família, que conta com 621 trabalhadores. O convênio que diz respeito à saúde mental foi considerado legal pelo TCE-SP.

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