15 de fevereiro de 2013

INSTITUTO RECRIAR FECHAR AS PORTAS


Sem a verba anual de R$ 230 mil da Prefeitura de Campinas (SP), o Instituto Recriar fechou as portas e 65 alunos portadores de necessidades especiais, sendo 40 adultos, estão sem atendimento desde o início do ano letivo.  A instituição era a única a atender adultos na rede pública e os familiares alegam que não podem pagar uma clínica particular, que tem mensalidades na casa dos R$ 700.
“A vida ficou complica. Não tenho como pagar de R$ 600 a R$ 700”, disse o aposentado João de Souza, pai de Ana Maria de Souza, uma das adultas que era atendida no Recriar. Souza conta que a filha, de 45 anos, fica irritada quando fica em casa e sem as atividades do Recriar. “Eu estudava, fazia tudo, desenhava”, lembra Ana Maria, que agora passa os dias em casa na companhia dos pais. Antes, passava o dia inteiro na instituição.
Ana Maria e os pais após entrevista para a EPTV em Campinas  (Foto: Reprodução EPTV)Ana Maria, à esquerda, e os pais após entrevista para a EPTV em Campinas (Foto: Reprodução EPTV)
A professora Cláudia Massoco, irmã de Arnaldo Chimelato, de 40 anos, conta que após o fechamento foram indicadas algumas instituições que cobram altos valores por mês, ou não aceitam adultos. “Hoje as pessoas tem expectativa maior de vida e o governo tem que pensar nisso”, ressalta.
“Eu gostava de lá, fazia de tudo lá”, descreve Arnaldo, que agora fica em casa assistindo televisão e lendo revistas.  “
A pedagoga Mayara Bognone lembra que um aluno, que há 20 anos era atendido na instituição, pede a ela para reabrir a escola todos os dias. “É bem triste”, disse a ex-funcionária sobre o fechamento do instituto.
Sem verbas
A vendedora Rita de Cássia Garbin foi a presidente da Recriar nos últimos seis meses. Segundo ela, a Secretaria de Educação disse que não mais custearia os adultos, pois não seria responsabilidade do órgão. Apenas crianças seriam custeadas.

Afirmou ainda que para que o Recriar continuasse a receber verbas era necessária uma contrapartida para a sociedade, o que era inviável. “É um total descaso. Se gasta tanto dinheiro à toa. Vereador tem assessor e uma entidade que faz um trabalho maravilhoso fecha”, disse Rita de Cássia.
Outro lado
A Prefeitura de Campinas informou que se o Recriar for reaberta a verba voltará a ser repassada. Mas antes, é preciso um plano de ação para ser definida a nova verba. A administração informou ainda que em outubro de 2012 recebeu um comunicado sobre o fechamento da instituição e que os pacientes seriam encaminhados para outros locais sem prejuízo à saúde deles.

A Recriar informou que só comunicaram o fechamento baseado na promessa da prefeitura de redução no repasse.
Para ler mais notícias do G1 Campinas e Região, clique em g1.globo.com/campinas. Siga também o G1 Campinas e Região no Twitter e por RSS.

Nenhum comentário: